Assim que aquele jogo do dia dezessete de julho de dois mil e treze teve seu fim decretado pelo árbitro, um infinito de memórias agitou minha cabeça. Para o bem ou para o mal, elas estavam muito claras e me perturbavam como nunca. Eram tantas as possibilidades que só fui dormir depois das três da manhã, pensando no que estaria reservado para o Atlético, 7 dias depois, na grande final, desta vez em solo brasileiro, sob domínio galináceo.
Ronaldinho passará desapercebido, se omitindo em decisões, assim como fez em outras oportunidades? Cuca confirmará sua fama de azarado, deixando escapar um título que dias antes parecia tão próximo? O Atlético perderá a oportunidade de mostrar para todos que tanto criticam-no que é muito mais forte do que pensam? E a torcida, estará fadada a conviver com mais anos de angústia, sofrimento e seca (de títulos), sendo motivo de piadas?
Parece muito mais razoável que nada disso ocorra. É mais fácil - e lógico - pensar que o Atlético que entrará em campo nesta quarta, terá o mesmo espírito daquele time que virou partidas impossíveis, como contra o Newell's ou contra o Figueirense, em 2012. A mesma garra e o mesmo destino daqueles 11 que passaram pelo Tijuana, na situação mais adversa possível, sem tempo para reação, com um gol de 7,32 metros separando-no do sucesso.
Não é a toa que o Galo é chamado por nós de "time da virada". Mesmo que insignificante em grandeza, se comparada à final de quarta-feira, a maior virada do Atlético que eu já vi, foi contra a Portuguesa, naquele fatídico ano de 2006, quando o time perdia até os 40' do segundo tempo quando empatou, virando aos 50'. Por que raios o atual time Atleticano, infinitamente superior, não conseguirá virar uma partida, tendo 90 minutos para marcar três vezes?
Me recuso a aceitar uma derrota, me recuso a dizer que Ronaldinho fará uma exibição pífia, que Cuca será azarado para sempre e que a Massa não poderá soltar o grito de "É campeão!". O Galo não investiu tanto, planejou minuciosamente cada detalhe, esteve sempre com as contas em dia, para morrer na praia, diante de sua fanática e incomparável torcida. Se há justiça no futebol, os milhões de torcedores Atleticanos, sobretudo os mais velhos (que tanto sonham com um grande título) terão um merecido prêmio na noite do próximo dia vinte e quatro.
Fatalmente os paraguaios farão de tudo para que a bola role o menor tempo possível nesta partida. O antídoto para isso está bem próximo da redonda, em cada cadeira do estádio. Mais do que nunca, o torcedor terá que cantar, o mais alto que puder e, principalmente, incessantemente. Espero que o estereótipo de torcedor do "Galo na Veia" seja banido e que até mesmo eles se levantem para cantar - não para "cornetar", porr@! - porque dessa forma tenho certeza que os nossos jogadores farão de tudo para transpor a catimba adversária, para então erguer a taça.
Se há justiça no futebol, a memória que se concretizará dentro de dois dias será a de Tardelli e Ronaldinho levantando a taça, com Victor herói e Cuca feliz, afeiçoado ao seu terço. Cada superstição será necessária, cada grito será fundamental. Cantem, transmitam o sentimento ao jogador, para que este, com a raça que a camisa Atleticana irrefutavelmente transmite, possa concretizar um sonho de mais de cinquenta anos.
Eu quero o Galo de volta...
E da-lhe Galo!!!! Eu acredito!!!
ResponderExcluir