segunda-feira, 22 de outubro de 2012

História para Sonhar

"Pai, pai" - chamava o pequeno atleticano de apenas 5 anos, abrindo a porta do quarto e acordando a casa. "Eu estou sem sono. Conta uma história para eu dormir?". Sem poder negar, o pai se encaminhou até o quarto do pequeno e perguntou qual história queria ouvir. O pequeno, sem pensar duas vezes, respondeu: "uma história para que eu possa sonhar, papai". 

Com um sorriso no canto do rosto, o pai começara a contar a história. "Filho, era uma vez um time chamado Fluminense. Há um tempo atrás, esse mesmo clube disputava com o Galo o título do Campeonato Brasileiro". Notando que a história se baseava sobre o time que o menino já tanto amava, o pequeno se empolgou ao ouvir e olhava fixamente ao pai, não querendo perder uma palavra se quer.

"No dia 21 de outubro" - continuava - "o time carioca veio até o Independência tentar ganhar do Atlético. Claro que ele veio somente tentar, já que dentro do terreiro do Galo, éramos imbatíveis. Se caia no Horto, tava morto". "Morto, papai?" - perguntava o filho. "Sim, filho. O time, quando do lado da Massa estava, parecia o pior dos inimigos aos adversários e assustava qualquer um. Era como um filme de terror".

O menino ria, enquanto o pai retomava o conto sobre o dia. "Bom filho, esse dia não seria um dia normal. Saíamos de casa preparados para uma guerra dentro de campo. Torcedores, assim como você, acabavam com as unhas, se agarravam a camisas, locais e caminhos da sorte. Tudo devia ser como manda o roteiro. Qualquer erro ou atitude diferente, poderia ser nossa queda diante a injustiça tricolor".

"Por que injustiça, papai?". "Injustiça filho," - explicava o pai - "porque o time do Fluminense era líder graças aos árbitros. Claramente eles ajudavam o time lá do Rio, já que para o Galo ganhar algo, tem que ser contra tudo e contra todos. E você acredita que ainda tentaram roubar da gente esse jogo?". "Jura, papai?" - indagava o menino. "Infelizmente, sim. Ao rolar a bola no Independência, o Atlético dominava a partida. Mostrava ao mundo inteiro como se joga um futebol bonito, sem maldade, sem ajuda. O Ronaldinho...". "Aquele que joga bonito, papai?" - interrompia o curioso e inquieto garoto. Com um sorriso no rosto, o pai continuava - "É sim filho, esse mesmo. Ele cobrou a falta, indefensável para o goleiro tricolor. O juiz esperou a bola entrar e anulou, dizendo que Leonardo Silva empurrava a barreira enquanto a bola caminhava para o gol.".

"Não é fácil né, papai?". "Não filho, não é. No primeiro tempo, jogamos mais duas bolas na trave, que deixaram os nossos corações próximo a boca e o grito de gol entalado. Não conseguimos fazer o gol. Ainda. O segundo tempo viria em instantes e, em todos os lugares que olhávamos, viamos confiança no olhar de cada atleticano. Algo que parecia ser surreal, mas não para quem vestia o preto e branco."

"O segundo tempo começou. Enquanto a esperança se manifestava através de músicas, o Fluminense, por alguns minutos, nos deixava sem palavras. Fizeram um gol, após o Galo dominar o jogo todo. Mas você acha que a gente desistiu, filho? Pelo contrário: acreditamos ainda mais. E chutamos junto com o Jô, quando ele fez o gol de empate após o passe do Ronaldinho. Mais uma vez Jô, depois do cruzamento do Bernard, virava pra gente. É filho, a raça tava no campo. Mas...". Mais uma vez, o filho interrompia - "Mas o que, papai? O Galo não ganhou o jogo?". Assustado e quase chorando, o pai o tranquilizava: "Calma, filho. O Fluminense empatou sim, logo depois. Mas eu não disse que a gente nunca desiste?". 

O menino voltava a sorrir, enquanto o pai continuava. "Lá no finalzinho, quando a torcida do Rio e da CBF cantava, veio a rendenção. O cara que joga bonito..." "O Ronaldinho?" "Isso, filhão. O Ronaldinho, parecendo colocar a bola com as mãos na cabeça de Leonardo Silva, cruzava até a área e o zagueiro-atacante fazia o gol da alegria total. Era a vitória do líder moral contra o líder imoral".

"Você comemorou muito, papai?" - já perguntava o filho, sorridente após isso. "Você não imagina o quanto, filho. O Galo mostrou ali que era sim o melhor time do campeonato e não adiantava tentar tirar no apito o que conquistávamos na bola. Os 14 jogadores do Fluminense precisariam de muito mais pra tirar esse título do Galo."

"Pera aí, papai. O Galo foi campeão esse ano?" - perguntava o filho, curioso. "Filho, vamos fazer o seguinte: depois de eu te contar sobre o jogo, dorme um pouco e deixa o sonho te levar. Faltando mais 6 jogos, o Galo mostrou pra todo mundo que sim, era possível. A resposta está aí." - apontava para o coração do garoto - "O negócio é acreditar!"

#vamuGALO!
Rafael Orsini

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