quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Hegemonia

Era uma vez um Clube que fora criado não por investidores em prol de lucros, não por imigrantes para defender uma etnia, não por ricos ou pobres para defender uma classe e não por governantes para defender uma cidade. Mas criado pelo povo, para o povo, sem distinção de cor, raça, sexo ou classe social. Um clube, criado para desafiar todos aqueles segregadores que, até então, dominavam o futebol por Minas Gerais afora. E esse clube conseguiu, vencia, se impunha e mostrava, a quem quer que fosse o quão forte eram os “segregados” que os adversários esqueceram. Campeonato após campeonato, jogo após jogo, gol após gol, uma hegemonia era imposta dentro do estado, tabus eram batidos, uma massa, fazendo jus aos fundadores, se consolidava. Esse era o Clube Atlético Mineiro.

O tempo passou, e como em todos os setores desse Brasil, o jogo de interesses, a mentira, a elite, se usufruindo de meios ilícitos, derrubou o Galo, pois o medo de que esse fenômeno das massas derrubasse os esquemas e a ilicitude no país, como ele fez em Minas, era grande, e havia muito a se perder. O Gigante não adormeceu, apenas foi amordaçado por ter feito o que ninguém antes havia tentado. Lutar, desafiar, peitar aqueles que tentavam tomar, para si, o futebol nacional sem dar nenhuma satisfação à natureza do jogo, que é ser disputado dentro de campo sem interferências externas. Infelizmente, a ingenuidade de acreditar no futebol justo, fez com que fossemos surpreendidos por arbitragens tendenciosas, decisões extra campo injustas, campeonatos tirados no apito, mídia pró eixo e outras imundices que usaram para nos atacar. O espanto do atleticano com as espúrias que aconteciam nos bastidores do futebol brasileiro durou pouco, “erros propositais” eram cada vez mais comuns, e a ilusão do atleticano com a legitimidade do futebol ia por água a baixo, juntamente com a força, antes característica, do Galo Vingador.

Assim o Atlético se manteve preso, sem saída, durante muito tempo. Décadas se passaram, e o hegemônico time que fomos um dia, se perdeu na história. Mas fazendo valer a alcunha, prometeu ser Vingador novamente, e voltar a figurar e incomodar no topo. Nos ironizaram, debocharam de nosso manto, e esqueceram que nossos lemas são, Lutar, Lutar, Lutar e Vencer, Vencer, Vencer...

Pois chegou um dia que a massa entendeu que teríamos de ser O Atlético. Como os fundadores, ser o clube, lutar pelo clube e, se preciso, jogar, morrer, sangrar, chorar, abrir mão e seja lá o que mais fosse necessário para reerguer o Galo e trazer de volta a hegemonia que a muito estava perdida.

Reerguemos o Atlético, peitamos o eixo, e esporada após esporada, mostramos que a guerra recomeçou, a hegemonia no estado é nossa novamente, desde o infantil, até o profissional, do feminino, aos juniores, e disso, não abriremos mão nunca mais. Somos temidos novamente, e nada que se opor a nós continuará de pé. Mataremos leão atrás de leão para voltar ao topo, que é nosso por direito. Seja no Brasil, na Bolívia, no Japão ou no Marrocos, faremos ecoar ao vento o grito de Galo, e nossa paixão será hegemônica por todo o mundo, e não cantaremos mais “Galo Forte Vingador”, em vão.

Se nosso sentimento pelo Galo falasse, ele estaria gritando: “Eu voltei.”

Edição sobre imagem de Gabriel Castro | Observatório do Esporte

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