quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Realidade contrastante

O Atlético é o time do momento, o Atlético é a equipe onde todos querem jogar, o Atlético é o clube em alta no cenário esportivo brasileiro. Ora, se é assim, como diz Alexandre Kalil, por que não vemos esse reflexo nas contratações que são - ou deveriam ser - apresentadas ao término de cada temporada? Por que o Galo, que tem tudo para se firmar em 2013 não se mostra soberano, também, fora de campo? Afinal é fora dele que os grandes negócios acontecem e que todos os preparativos são feitos para que, em campo, a mágica aconteça.

Indubitavelmente o Galo foi o time brasileiro a ser batido na temporada que se passou - excluo o Corinthians, por estar focado em outra competição e o Fluminense, por jogar com mais jogadores. Uma campanha muito focada e regular, que resultou em um segundo lugar que talvez tenha deixado um pouco a desejar, pelo que fez a equipe ao longo do ano. Eis que, então, surge em 2013 uma nova competição a ser disputada: a Copa Libertadores.

E então, o que se pode esperar? A manutenção do elenco, logicamente, mas também a chegada de reforços para as posições carentes, bem como a suplência de outras já bem servidas. Foi exatamente isso que prometeram os dirigentes Alvinegros: contratações para compor elenco e uma ou duas "cerejas" para o bolo.

Agora eu te pergunto: deveria eu acreditar que isso realmente aconteceria? Porque desde que Alexandre Kalil assumiu o Atlético eu vi duas temporadas lamentáveis e indignas, uma por água abaixo e apenas uma com sucesso. Mas o pior, vi montes e mais montes de dinheiro jogados fora, com contratações completamente impertinentes e absurdas. Guilherme Santos, que nos tirou 10% do passe do promissor Diego Alves, Toró, Patric, Rafael Cruz e cia. Dentre as mais ridículas estão André e Guilherme, a dupla do Dínamo de Kiev, comprada por mais de 8 milhões de euros e que, até hoje, não mostrou sequer um terço de seu valor.

Todavia, preferi esquecer que tais contratações foram feitas e acreditar que em 2013 tudo seria diferente. Afinal, um ano antes eu vi Ronaldinho Gaúcho - um dos poucos acertos de Alexandre - brilhar com a camisa Alvinegra. Começava bem o período de negociações; chegava Luan, promissor atacante alagoano e Rosinei, que poderá ser usado em distintas posições. Claro, eram peças para "compor o elenco" como bem dizia Kalil. Porém aos poucos o nível caiu e me fez lembrar anos passados, inglórios e desprezíveis, com contratações medíocres e inaceitáveis. Alecsandro, Morais e Araújo me remeteram à triste passagem pela divisão inferior, mesmo que eu confiasse mais nos jogadores daquele ano. Como pode o Atlético contratar um jovem de 35 anos?

Mas a promessa de uma "cereja" continua e o absurdo chega ao máximo. Uma exaustiva insistência em um ingrato jogador - não duvido de sua capacidade - que foi abrilhantado com as cores preto e branco. Por que não buscar outras saídas, mais baratas e promissoras? Por que insistir tanto em Diego Tardelli? Aposto que Hernán Barcos trocaria sua Série B pelo simples fato de ser servido por Ronaldinho. Um ano mais velho compensado nos milhões que não serão gastos. Mais triste é saber que enquanto os olhos da nossa diretoria estão voltados para um jogador, nossos rivais se reforçam sem muito gastar e qualificam ainda mais seus respectivos elencos.

Por fim, acho muito nobre Alexandre Kalil querer engrandecer o Atlético, prometendo jogadores de peso, temporadas marcantes e feitos inéditos. Contudo, para uma torcida que sofre e se ilude desde 1908, o melhor a ser feito, talvez, seja contar a verdade e prometer apenas o que se pode cumprir.

Eu quero o Galo de volta...

8 comentários:

  1. Aff.....
    sou atleticano e DISCORDO!
    E não vou ficar dando ouvidos a um menino com cara de 14 anos de idade!

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  2. Sinceramente, achei o texto brilhante. Expôs muito bem o que eu sinto. Quanto ao colega de cima, o que a idade tem a ver? O que importa é o conteúdo.

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  3. O Pedro foi cirúrgico neste texto. É bem difícil aceitar que o Atlético vive momentos como os descritos, mas acaba por ser verdade. Ano passado, por exemplo, Cuca dizia em título antecipado, mudou para briga apertada, depois o título ficou em meta emergencial. Acabou com o discurso de "buscaremos e sairemos no lucro com o segundo lugar".

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  4. Concordo com cada pingo e letra. O Galo tem que pensar grande, não é para trazer esses jogadores meia-boca.

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  5. Isso aí, chega de sofrer Kalil!!!!!

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  6. Aff...
    Todo mundo esperando contratações e o Klail tuita para outra coisa affff desviando o foco

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  7. Dói, mas é a mais pura verdade. Parabéns pelo texto.

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