quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Quanto vale um gol?

Por que uma posição tão farta no Atlético, em tempos passados, virou nossa maior preocupação? Quem antes se acostumou com Reinaldo, Dadá, Mário de Castro, Said, Ubaldo entre tantos outros goleadores, viu a eficácia dos nossos atacantes acabar quando Guilherme e Marques deixaram o clube. Foi então que nosso pesadelo começou; não é preciso citar os inúmeros indignos que vestiram a camisa  9 durantes todos esses anos, porque de fato todos nós guardamos lembranças deles, mesmo que ruins. Anos depois, um jogador nos trouxe confiança novamente.

Desacreditado, criticado e sinônimo de problema: foi assim que Diego Tardelli chegou ao Atlético, no início de 2009. Só que diante da força que a torcida Alvinegra o deu, o atacante conseguiu emplacar uma série de boas atuações que lhe rendiam confiança e um status de goleador. Partida após partida ele seguia em boa forma e conquistava os torcedores, que enfim podiam comemorar um novo artilheiro. Ao fim da temporada, Tardelli ganhou o prêmio de artilheiro do Campeonato Brasileiro. O interesse sobre o atacante aumentava, também.

Em 2010 ele seguiu marcando, e conquistando o torcedor com seus gols e atuações brilhantes. Ele chegou a completar cem jogos com a camisa Alvinegra. Contudo, parecia inevitável que Diego fosse vendido e de fato ele foi, em 2011, depois de marcar três gols no quarto time de Minas Gerais. Começava então, mais uma vez, o sofrimento do Atleticano com seus atacantes. Magno Alves, substituto imediato, não foi capaz de suprir a ausência de Tardelli. Jóbson, tampouco. Inconsequente, o presidente trouxe mais dois atacantes que nada somaram ao clube.

André saiu pelos fundos, mesmo depois de um grande investimento, mostrando, inclusive, seu dedo médio para o torcedor. A contratação mais cara do futebol mineiro, por sua vez, não foi capaz de fazer duas exibições aplaudíveis desde que chegou. Guilherme, até hoje, não chegou perto de compensar o investimento que fora feito. Às pressas contratado, Jô, aos poucos perdeu o gás e as boas atuações também ficaram escassas. Ao fim da temporada, a expectativa por um novo atacante, capaz de suprir a necessidade Alvinegra aumenta.

E aí, todos voltam a acreditar que Diego Tardelli possa retornar. Mas será mesmo que ele é a melhor opção para usar a camisa 9 Atleticana? Um salário alto, um ego igualmente grande e muitas cifras para trazê-lo. Por que é que Alexandre Kalil faz tanto esforço para trazer de volta um atacante que parece indiferente sobre permanecer no "paradisíaco Qatar" ou voltar ao lugar onde ele se transformou em ídolo de uma imensa e fanática torcida? Será mesmo que um jogador que se diz tão simpático pelo Atlético não aceitaria reduzir - mesmo que pouco - seu salário para voltar a atuar no clube? Parece que tudo não passa de uma simples situação: comodidade. Jogar no Qatar, frio e estranho ou jogar no Brasil prático e tranquilo, recebendo o mesmo dinheiro?

Mesmo negando, Tardelli só me faz pensar que ele é muito mais chegado ao verde que ao preto e branco. E é por isso que vejo que investir em outros jogadores seria melhor do que investir no "ídolo" que não se importa com os fans. Barcos, Robinho, Pato, não importa. Desde que seja um bom jogador, me parece mais interessante do que o atacante do poderoso e altaneiro Al-Gharafa. Até mesmo - oras, por que não? - o mercado africano parece uma alternativa mais razoável. Um atacante à mesma altura com um custo menor e uma carreira mais promissora. Antes que me chamem de louco, ressalto que não quero ver Alecsandro, Dagoberto e seus iguais com a camisa do Galo.

Hoje nós precisamos de você. Mas em um futuro breve, quando você precisar de nós, talvez não precisemos mais.

Eu quero o Galo de volta...
Pedro Henrique Uchôa

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Edição sobre imagem de Bruno Cantini | Site Oficial do Galo

3 comentários:

  1. disse tudo...eles são profissionais..não amam o time como nós..que venha pro Galo um profissional disposto a fazer história com a nossa camisa enquanto estiver por aqui..

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