Covardes!

São covardes porque têm a coragem de decepcionar milhões de fanáticos que depositam neles, confiança. São covardes porque não respeitam-nos e nos humilham após cada partida. Já cansei de escrever com eufemismo, porque a realidade exige palavras mais fortes, o que, ironicamente, não condiz com os fraquíssimos jogadores que defendem nossas cores dentro das quatro linhas. Eles nos envergonham e nos tiram nosso maior prazer.

O torcedor, mesmo judiado depois de tantos massacres, não cede e comparece em peso ao estádio. Espera, então, uma resposta dos jogadores. É uma partida que começa com o domínio alvinegro e um arrasador início. Uma vantagem que já havia sido tirada em rápidos 25 minutos. Começava, então, mais uma prova da covardia dos nossos jogadores e do nosso treinador: recuar o time e desistir de atacar. O maior dos pecados de ontem.

O adversário crescia e sabia que se pressionasse, sairia de campo com a classificação. A defesa dava chutões para frente, desesperadamente, na tentativa de conseguir alguma jogada mais perigosa. A torcida se corroía só de pensar que teríamos até então uma disputa por pênaltis. Só que o pior estava por vir e nem mesmo estas cobranças fariam parte da partida. A vaga nas quartas de final não viria e a fraqueza da equipe seria evidenciada, outra vez.

Na defesa, um grande zagueiro mas que se apequenava com suas brincadeiras desnecessárias e perigosas, que, não fosse a boa atuação de um goleiro visto com desconfiança, resultariam em gols. No meio, um setor improdutivo, que não tocava bola e não criava. O pior estava lá na frente, com um desrespeitoso atacante que não conseguia, sequer, dominar uma bola. Terminou os 180 minutos sem chutar ao gol uma vez. Mesmo assim, é contratado por várias cifras por um presidente falastrão, que ainda consegue enganar parte da torcida.

É nesse ritmo de desrespeito, covardia e ineficiência que o retrocesso aumenta, os vexames se tornam rotineiros e cada vez mais o time se apequena. Embora lastimável, é a dura realidade que muitos se recusam à aceitar. Nunca vi o Atlético ser campeão e garanto que a grande maioria da torcida também não. Mesmo assim, sobrevivemos no tempo e somos o maior exemplo de paixão que o Brasil conhece. Nós somos loucos? Nós somos loucos...

Somos loucos porque insistimos em torcer para um clube que cada vez mais é tratado com desrespeito. Precisamos enxergar os que realmente se empenham dentro de campo e vaiar aqueles que, sem compromisso, entram apenas para "cumprir tabela" e no final do mês recebem exorbitantes quantias, para o futebol apresentado.

Giovanni salvou e não falhou no gol. Pierre foi um monstro em campo e, com muita raça, honrou nosso manto. Lima foi seguro e não nos desrespeitou. O lado esquerdo foi uma avenida. O ataque não conseguiu reter a bola por 5 minutos sequer. O meio campo parece que não entrou em campo. Nós precisamos de avaliar com mais consciência as atuações. São justamente os mais idolatrados e caros jogadores que nos fazem cair cada vez mais.

Eu já cansei de sofrer e tenho certeza de que todos que leem esse texto também. Temos de mudar radicalmente de postura, pois só nós temos o interesse de reerguer este clube. A humilhação me deixa ainda mais cabisbaixo. Só não desisti, pois sou "Clube Atlético Mineiro, uma vez até morrer" e nenhum covarde irá mudar isso.

Eu quero o Galo de volta...

Pedro Henrique Uchôa

Imagem: Superesportes