sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O início e o meio, nunca o fim

(foto: Gabriel Castro)

Algumas histórias se iniciam e já tem data marcada para acabar. Outras histórias se estendem por tempo indeterminado, mas também chegam ao seu fim. Outras, entretanto, se misturam de tal forma que nunca deixam de existir.

Até 2009, sentíamos falta do verdadeiro camisa 9 atleticano - sumido desde Reinaldo -, aquele que faria gol no rival, beijaria o escudo e fosse um torcedor. Desde então, o número que remete a uma certa goleada pareceu cair como luva para Diego Tardelli. 

Diego chegou desacreditado ao Galo após uma passagem pelo Flamengo. Pegou a camisa 9 e, em uma missão quase impossível para o elenco que tínhamos na época, nos ajudou a disputar o Campeonato Brasileiro no topo, sendo o artilheiro do torneio e um dos principais atacantes do ano, sendo inclusive convocado para a seleção nesse meio tempo. 

2010 seguiu sendo um ano de destaque para o atacante, mas não tanto para o time, que ficou com a conquista do Campeonato Mineiro e uma luta fracassada no Brasileirão. Em 2011, veio a primeira despedida. Tardelli seguia para a Rússia e deixava um vazio em campo e um número órfão.

2012, por muito pouco, não foi o ano perfeito. Faltava algo. Ronaldinho já tinha vindo e nos recolocado no topo, encantando a todos, mas faltava algo. Faltava um 9. Faltava Tardelli. O "quase" foi retirado da nossa garganta quando em 2013 a "cereja do bolo" - como Alexandre Kalil batizou - retornou e tomou posse novamente de seu número.

Veio então o auge. As camisas 10, 7 e 11 voltaram a ter a 9 ao lado e a América se ajoelhava a todos. O buraco estava novamente preenchido por alguém que sabia aproveitar a bola como se fosse a última chance. O buraco estava novamente preenchido pelo torcedor-jogador que cantava e chutava junto à Massa.

2014 o camisa 9 se viu praticamente sozinho, depois da saída de Ronaldinho, Bernard e o afastamento de Jô, mas o torcedor-jogador se destacava ainda mais e, com uma responsabilidade ainda maior, honrava ainda mais a camisa atleticana e nos ajudava em mais uma conquista sobre o rival, fazendo o último gol - mas não o fim. 

Despedidas são inevitáveis - nem sempre aceitáveis. Diego Tardelli foi um dos primeiros ídolos recentes e, acredite Don Diego, eterno na história do Galo. O 9 será sempre lembrado por ser a camisa de Reinaldo, de Marques e do Tardelli. A história Atleticana terá em seus caminhos a assinatura do Tardelli, inseparável, interminável.

Sim - outros camisas 9 virão e farão história -, mas saiba que o seu espaço sempre estará guardado e sua história sempre será lembrada durante os múltiplos e eternos anos de Clube Atlético Mineiro que ainda estão por vir. Obrigado por tudo, Tardelli. Até breve, em campo ou na arquibancada. 

Rafael Orsini

Um comentário:

  1. Sou suspeito para falar sobre o Tardelli, mas o texto reflete muito bem o que a esmagadora maioria da torcida pensa...
    Bom ver o blog de volta!

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