quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Quando tudo parece acabado

Dia 19 de dezembro de 2013, 11 da manhã. Meu despertador toca e eu o interrompo quando uma voz diz que "ele vai com o pé direito, bateu...". O que seria de nós se a continuação dessa frase fosse diferente?

2013 foi um ano um tanto quanto inesperado para os atleticanos. De azarados, de time time que nunca chegará ao topo, fomos além. Superamos todos os mais longínquos adversários, todos os mais temidos e enfrentamos até a própria morte em um dia 30/05, quando fizemos de um mero goleiro o nosso herói.

Graças ao pé esquerdo de São Victor, nos encaminhamos para a semifinal da competição intercontinental e, dessa feita, foi o pé direito de Guilherme, juntado as mãos do santo que nos levaram a final. De novo sofrido, de novo Galo. A cabeça de Léo Silva nos deixou respirando, o pé esquerdo novamente e a trave nos deixaram no topo do mundo. A América é nossa e, graças a isso, poderíamos disputar o mundial.

Nosso orgulho transcendeu os oceanos. Atravessamos o Atlântico, que poderia ter sido chamado de Oceano Atlético, tamanho o número de alvinegros que se dispuseram a ir rumo ao Marrocos. Brigamos pelo mundo e, assim como as vitórias vem, as derrotas também aparecem, mesmo que antes que poderíamos imaginar.

A decepção, é claro, é inevitável. Dentre tantas outras que já obtivemos, perder um Mundial não é um feito a se orgulhar, pelo contrário. Mas o que esse ano inacreditável nos ensinou é que antes de virmos com a soberba, precisamos vir com a raça. 

Não peguem apenas um jogador para Cristo. A culpa não é de um. A culpa não é do técnico, que deu seu adeus e está imortalizado na história do clube. Faltou gana a cada um que entrou em campo. Não foi nosso dia. Um dia. 2013, o ano do impossível, também foi o ano do aprendizado. Ele nos lembrou que sim, nós podemos e também nos mostrou que futebol se joga em campo, com calma e com respeito.

Agradeço a cada um dos guerreiros que estavam dentro de campo e que fizeram desse ano é real. Deixarei meu despertador continuar a tocar e ouvir: "DEEEEEEEEEEEEFENDEU VICTOR". Defendeu nossas avarezas, nossas decepções, nosso salto alto. É nossa hora de defender quando tudo aparece acabado e abraçar esse time para que 2014 seja ainda mais completo do que 2013.

Obrigado, Galo!
Rafael Orsini
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