(Foto: Gabriel Castro)
O tempo se passou e comecei a entender aos poucos mais de futebol. Só não entendia, ainda, sobre essa paixão que insistia em crescer mesmo sem apresentar esse futebol das histórias que ouvi durante minha curta vida. Apenas vivia aquele sentimento a cada jogo mesmo em décadas terríveis, a cada suor derramado e sempre acreditando que esse Galo do passado reencontraria e voltaria a temer todos que passassem na sua frente. Meu tio, ou melhor, meu pai alvinegro mostrava que no fim do túnel o Atlético se mostrava témivel, esperando apenas o tempo certo da luz no fim do túnel aparecer.
Após uma campanha avassaladora na Libertadores, 13 minutos nos restavam para tentar manter o sonho vivo. 13 minutos até o apito final, após a luz do fim do túnel parecer sumir, parecer apagar junto ao refletores do Independência. Era o fim... O tão temido fim se tornava real. Mas enquanto não houver o apito final, o Atlético não desistiria. O menino incrédulo estava acordado o suficiente para ver Guilherme, a luz alvinegra, chutar e acertar o gol argentino. O Galo que tanto ouvi parecia ser ainda mais real, ainda melhor e nos dizia: "não desistam"!
Pênaltis. Estava na mão do herói da última decisão nos salvar, novamente. Alecsandro marcava por nossa confiança. Guilherme convertia pelo nosso (quase) eterno sofrimento. Jô e Richarlyson chutavam para fora qualquer possível confiança excessiva. Ronaldinho fez por nossa capacidade. Victor agarrava nossa fé. E, assim, o Atlético está na final da Libertadores.
É um sonho? Talvez até seja. Mas desde que ouvia as histórias do meu avô, acreditava que esse Atlético voltaria. Acreditava que seriamos maiores que qualquer adversidade, que qualquer azar, que qualquer retrospecto. 77 se foi, 99 passou, 2005 acabou. É esse o Galo que é o real. É esse o verdadeiro vingador. Podemos até nos assustar por ser diferente do que estávamos acostumados, mas é somente um ponteiro que voltou a se ajustar.
Obrigado, Galo!
Rafael Orsini
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