segunda-feira, 3 de junho de 2013

O filme se repete

 
Apaixonada e vislumbrante, a torcida Atleticana é uma das mais invejadas e bonitas do Brasil. Seja por estar sempre ao lado do time, seja pela dimensão imensurável de seu fanatismo, seja por proporcionar aos olhos do telespectador uma magia que se desenha no preto e no branco. Incondicionalmente, comemoramos tudo que se diz respeito ao Galo; uma bandeira que aparece em rede nacional ou mundial, uma menção, um elogio, uma vitória. Em contrapartida e inexplicavelmente, sempre que algo dá errado, surgem milhares de críticos ferrenhos, que procuram incessantemente alguém para culpar e crucificar.

Se fossem críticos construtivos, preocupados em ver uma melhora e apresentando ali as soluções, talvez este texto seria desnecessário. Obviamente, não são. São torcedores revoltados, tristes ou enfurecidos com mais um jogo com atuações pífias. Não os culpo pela raiva, pela angústia ou pelo desapontamento de ver o Atlético jogar mal. Todavia, também não compreendo a que ponto querem chegar quando criticam até mesmo aquele que foi o melhor do mundo duas vezes. Ora, eu também me desaponto ao escutar o apito final e ver o placar em branco. Mas é preciso entender o que realmente significou aquele placar zerado.

Foram cinco jogos em quinze dias, com viagens até o México e Curitiba. Decerto o jogador é pago para estar sempre em forma, mas ele cansa. Cansa porque tem de passar horas e horas dentro de um avião, ou em uma sala de embarque. Além disso, como relatado por alguns, é preciso brigar com outro adversário: as viroses. Pior do que tudo que foi relatado é a falta de treinos. Cuca não teve a chance de juntar o elenco e preparar um treino tático, acertando tudo que observou durante as partidas. Isso pesa, muito. Provavelmente, é o que falta para que as boas atuações estejam de volta. Mas haverá tempo para isso, porque em breve todos descansarão.

Paralelo ao cansaço, as simultâneas competições que são disputadas agravam ainda mais a situação do elenco Alvinegro. Se hoje o Atlético vai a Tijuana, amanhã estará em Curitiba. É imprescindível usar os reservas na competição menos relevante, que hoje é o Campeonato Brasileiro. O Galo vive pela primeira vez uma semifinal de Copa Libertadores e o torcedor tem que entender que o time não pode perder Ronaldinho, Tardelli, Jô ou qualquer outro titular por conta de uma lesão por desgaste ou por um rival mal intencionado.

Usando os reservas, claro, os resultados não serão os melhores. Basta lembrar do Corinthians, campeão do mundo ano passado. O time de São Paulo só venceu no Campeonato Brasileiro na 6ª rodada. Fora de casa, somou três pontos pela primeira vez na 10ª. Mesmo assim terminou tranquilo, em 6º lugar. Terminar em 6º lugar não é um grande feito para o elenco atual do Atlético. Mas conquistar a América será. E é por isso que qualquer mudança que seja feita no elenco, visando proteger os titulares, será válida.

Portanto, Atleticano, não reclame do Galo, não xingue a quinta geração da família dos nossos jogadores. É normal "tirar o pé" de uma dividida no Brasileiro. Mesmo que em uma rede social, um xingamento pesa. Pesa porque se propaga muito mais fácil que um elogio, acabando por chegar ao jogador em um dia de jogo. Temos que parar e pensar, para concluir que hoje o Atlético se dá ao luxo de escolher a competição que pretende vencer.

Keep calm and #vamuGalo

0 comentários:

Postar um comentário