quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sonho versus Realidade

Tem virado rotina; jogo após jogo o Atlético encanta o Brasil com seu futebol bonito, veloz e ofensivo. Um time que sabe a hora de se resguardar mas que pode acabar com uma partida em questão de minutos. E isso me remete ao passado, na tentativa de entender o porquê do Galo ter se tornado tão forte, em tão pouco tempo.

Era cerca de um ano atrás, em meados de abril, quando o apático Atlético entrava em campo para mais um jogo do Campeonato Mineiro. Na fria Arena do Jacaré, os jogadores pareciam pouco se importar com o resultado e andamento da partida. Um jogo chato, feio e sonolento dava pistas de que mais uma temporada seria desperdiçada, sem brilho, conquistas, ou, ao menos, raça. O torcedor sofria, sonhando com dias melhores, com um time à altura do clube. Foi então que uma drástica mudança começava a ocorrer. Não a vitória diante do América, que iludia o Alvinegro e dava o título de campeão invicto ao clube. Talvez as estreias no Independência, que de fato ajuda o time. Decerto, o grande planejamento que fora feito fora de campo - e agora eu hei de reconhecer - pelo presidente Kalil.

Fora a reestruturação financeira do time, vieram os reforços extremamente "pontuais". Jô, Júnior César, Ronaldinho e Victor são alguns dos exemplos de profissionais que chegaram não só com técnica, mas, fundamentalmente, com raça. Começava então o ressurgimento do Atlético, bem como seu fortalecimento. Jogo após jogo o time mostrava que estava no caminho certo, (re)conquistando, aos poucos, a confiança do torcedor. A mística por trás do Independência se fazia presente e cada vez se sonhava mais alto. E como se parecesse um sonho o Galo arrasava seus adversários e deslanchava como favorito ao título de Campeão Brasileiro de 2012.

Faltou elenco. O que durante quase todo o campeonato parecia ser um sonho interminável, virou - ou voltou - à realidade quando, subitamente, o time caía para a terceira colocação. Mas o que no início do ano parecia inimaginável, um time com raça, ainda existia e, respaldado por ela, o Atlético garantiu a segunda colocação e uma vaga direta na Libertadores. Manter Ronaldinho seria uma tarefa muito difícil, mais um sonho a se realizar. Kalil renovou com ele e contratou Tardelli, Luan, Josué e outros mais, que tornaram o Atlético ainda mais forte.

Vieram as vitórias - que por sinal foram várias - e uma temporada até então impecável dos comandados de Cuca. O encanto que o Atlético produzia no Brasil, agora se estende pela América. O poderio ofensivo Atleticano fica cada vez mais claro com as sucessivas goleadas. Ontem, tivemos mais uma. Um verdadeiro espetáculo proporcionado por Jô e companhia, resultado de uma irretocável atuação de cada um dos onze escalados. Viu-se um Atlético brilhante, que sabia da vantagem conquistada em São Paulo mas não abdicava hora alguma do ataque. Ficou muito claro para todo o mundo quem é o favorito ao título da Copa Libertadores.

Finalmente eu me pergunto se isso é um sonho ou se realmente é a realidade. Hoje, depois de muito tempo, temos um Galo capaz de silenciar cada comentarista que duvida de seu potencial, cada crítico que insiste em rebaixá-lo. Um Galo que não sente falta de nenhum jogador, por mais importante que ele seja, porque tem substitutos à altura. Ontem, também, um Galo que sabe que pode contar com sua torcida, que fez depois de algum tempo um lindo espetáculo, de encher os olhos e da maneira como deve ser: com 105 minutos de apoio incondicional ao time.

Parece realidade, o que 365 dias atrás era um sonho inatingível. Se hoje estamos aqui, nada nos impede de sonhar cada vez mais alto, sonhar com a manutenção destas boas atuações. Sonhar, portanto, com a taça...

Torcendo contra o vento

Um comentário:

  1. eu realmente estou apaixonada por esse blog. Adoro escrever, e vejo que vocês também adoram. O melhor é escrever sobre algo que a gente gosta, no caso, ama. Parabéns pelo trabalho, se algum dia precisarem de colaboração, ficarei feliz em ajudar :))

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