terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Vingador Voltou

Se há exatos doze meses alguém lhe dissessem que o Atlético brigaria pelo título em 2012, certamente você duvidaria. Lembre-se de que você estava sentindo há exatos doze meses, naquele fatídico 4 de dezembro de 2011. Eu tentava achar uma explicação para o inexplicável, talvez não haja ou nunca apareça essa explicação, nem faço tanta questão mais.

Sei que não é saudável relembrar esse dia, mas para começar o texto de hoje, preciso mencionar uma crônica de quase 12 meses atrás. “Onde está o Vingador?”. Questionava o que teria acontecido com o espírito do verdadeiro Atlético.

O ano de 2012 começou com uma desconfiança imensa da torcida atleticana com o time, não poderia ser diferente, e ainda assim o Atlético foi Campeão Mineiro invicto após anos. Porém a eliminação precoce na Copa do Brasil manteve descrédito dos jogadores. 

O Brasileirão chegou e junto com ele, Ronaldinho. O Gaúcho com o passar do tempo se tornou Mineiro e a falta que a torcida sentia de um ídolo foi suprida com os lances cada vez mais geniais do craque. Junto com Ronaldinho, outros jogadores se destacaram: Victor chegou e junto trouxe segurança ao gol atleticano. Marcos Rocha deixou de ser o jogador da base e de times pequenos e se tornou o melhor lateral-direito do campeonato. A dupla de zaga, deixou a desconfiança pra trás, foi para o ataque fez gols e formaram a melhor defesa do campeonato. Júnior César, após mais de 10 anos, trouxe tranquilidade à lateral-esquerda atleticana. A dupla de volantes, jogando o “arroz com feijão” e com raça descomunal, deu proteção à defesa. Danilinho mostrou sua importância ao deixar o time, sua função tática auxiliou e muito o lateral Marcos Rocha no primeiro turno. Ronaldinho reergueu-se, tornou-se ídolo e trouxe genialidade ao time atleticano; dribles, assistências, gols fizeram do camisa 49, o principal meia do campeonato e um dos melhores jogadores de todo o campeonato. Bernard deixou de ser uma promessa e o menino que não sabia fazer gols e se tornou realidade, revelação do campeonato e artilheiro do time no campeonato. Jô chegou como encrenqueiro e baladeiro, tornou-se titular, e atormentou a defesa o tempo inteiro; sua importância, embora perdesse muitos gols, era clara, seu jogo como pivô diferenciado e suas cabeçadas, mortais. Cuca soube usar os jogadores do banco e foi o técnico que mais venceu jogos com os suplentes. Kalil e Maluf, simplesmente, montaram esse time e devolveram à torcida o orgulho de poder vestir o manto alvinegro. 

A torcida foi um espetáculo a parte. Dos 23.000 lugares do Independência, a média de público é de 18.274, em média quase 80% do estádio esteve cheio apoiando, em sua maioria, os jogadores. Ronaldinho, com problemas pessoais, viu a Nação Atleticana lhe dar apoio e conseguir superar qualquer dificuldade. 

Como esquecer das viradas? Contra o Botafogo foram duas por 3x2. Contra o Sport, no Independência, um 2x1 no último instante; contra o Figueirense um épico 4x3; no clássico mais um 3x2 com a torcida atleticana como mandante e a mais espetacular de todas, contra o Fluminense aos 47 minutos, Leonardo Silva subiu erguido por milhões de atleticanos e escorou de cabeça. 

O título não veio, por uma série de fatores, mas veio certeza de que o Vingador voltou, e a pergunta que me fiz há quase 12 meses, foi respondida dentro de campo; o time de 2012 ficará guardado na memória de todo atleticano, assim como ficou o de 71, 77, 80, 86, 99, 2001. 

2012 foi o ano de ressurreição do Galo Forte. 2013, nos aguarde; a América se prepare e ao adversário digo que não adianta se esconder, porque o Vingador está mais forte do que nunca e ele vai lhe encontrar e lhe vencer.

ABRAÇÃO MASSA!

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Edição sobre imagem de Gabriel Castro | Observatório do Esporte

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