terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um Sonho de Fé


Sabe aqueles jogos em que 3 bolas na trave fazem você pensar “hoje essa bola não vai entrar”? Domingo, com certeza, não foi um desses jogos.

Estou desde às 18 horas de domingo tentando achar uma palavra ou uma frase para definir o que aconteceu no jogo contra o Fluminense. A palavra mais próxima ao que eu procurava veio às 2 da manhã, talvez um pouco mais tarde, enquanto eu dormia. A palavra é “sonho”.

Embora lembre perfeitamente da cena que vou contar a seguir, não vou narra-la com os mínimos detalhes até por tê-la assistido com a visão um tanto encoberta e por ainda estar emocionado com o que vi e consequentemente anestesiado por tudo o que aconteceu.

Um minuto era o que faltava, ali eu não sabia mais o que os ouvidos escutavam, não me lembro mais quem estava ao meu lado. Com a visão tampada por camisas alvinegras, os olhos só enxergavam um pedaço da área do adversário. Lembro-me de um lançamento para Bernard na ponta esquerda e o jogador rival jogando a bola para lateral. Naquele ponto eu já não sabia mais o que pensar, na dúvida busquei esperança com imagens guardadas na memória recente; Leonardo Silva contra o Figueirense, Berola contra o Botafogo, Leonardo contra o Sport. Nos poucos segundos entre a cobrança de lateral e o cruzamento de Ronaldinho nada me passava na cabeça, além de fé. Eu apenas acreditava porque o Atlético por várias vezes mostrou que o jogo só se define quando o juiz apita. Voltando ao lance, admito não ter visto a jogada do gol, a única coisa que vi no lance foi Leonardo Silva correndo de encontro a bola, pulando no segundo andar e fazendo-a tocar no fundo das redes. A reação mais óbvia seria gritar, mas preferi me virar e observar a reação de cada um antes de abraçar e gritar "GAAAAALO". A previsão do amigo Luís e da avó de Rafael Bruno havia se concretizado, 3x2.

Antes de continuar com a narração da comemoração, quero que você, leitor, pare e relembre como foi, na sua visão, o momento do terceiro gol. Busque na memória cada detalhe daqueles poucos minutos entre a cobrança de lateral e a bola no fundo das redes.. Pense em cada milésimos de segundos da jogada. Reveja o gol se for necessário, grite "GAAAAALO" mais uma vez, mas não deixe essa cena se apagar de sua memória. Leve-a por toda vida, e nos momentos em que não conseguir ter fé, lembre-se do que você sentiu nesse momento mágico do jogo contra o Fluminense.

A comemoração desse terceiro gol foi das coisas mais emocionantes que já vi, ouvi e senti em toda vida. Não me lembro de que a torcida cantava. Só lembrei de pedir desculpas aos jogadores por tê-los xingado e duvidado de cada um após a derrota de 3x0 diante ao Inter, perdoem-me, eu não sabia o que estava dizendo. Esqueci-me do restante do jogo, olhei pra trás e vi gente emocionada. Relembrei dos pouco mais de 105 minutos anteriores, busquei na memória a feição de cada um dos amigos nos cinco gols. Lembrei das conversas com o Zé Alexandre durante o jogo, comentamos cada jogada genial do Gaúcho, cada lance de raça do pit-bull Pierre, toda bola afastada pela zaga, todas arrancadas do garoto Bernard. Lembrei de cada gota de lágrima que caia dos olhos de quem estava próximo. O choro incontido mostrava que algo esplêndido havia acontecido algo inenarrável, algo que preferi chamar de “sonho”.

No dicionário o significado da palavra “sonho” é: 1- Conjunto de imagens que se apresentam ao espírito durante o sono; 2- Utopia; Ficção; Fantasia; Ilusão.

Mal sabe o dicionário que essa palavra para o atleticano tem outro sentido. Para nós sonho significa acreditar no possível e fazer o impossível se tornar realidade.

Toda gota de lágrima derramada no jogo é prova de que o sonho continua vivo, que podemos acreditar. Já tornamos o impossível em certeza várias vezes. Dentro e fora de campo já batalhamos contra todo um país. No início do campeonato disseram que não lutaríamos pelo título, tampouco pela vaga na Libertadores, mostramos a eles do que somos capazes. Disseram que Ronaldinho já não era o mesmo que antigamente, ele provou ser melhor. Disseram que Jô só queria fazer festa, ele mostrou que a festa dele é dentro de campo, com gols decisivos. Disseram que nossa zaga era insegura, hoje ajoelham aos pés da melhor defesa do país. Disseram que Victor já não fazia mais milagres como antigamente, ele mostrou que milagre é conseguir balançar a rede defendida por ele. Disseram que Marcos Rocha era jogador de Série B, ele mostrou que de segunda divisão são os  são os conhecimentos de quem falava tamanha besteira. Disseram que Bernard não sabia finalizar, os nove gols no campeonato provam extremamente o contrário. Disseram que o Flamengo não queria mais o Júnior César, hoje Júnior mostra que quem não queria o Flamengo era ele.  Disseram que o Atlético não tinha elenco, pergunte a eles qual é o banco de reservas que mais decidiu jogos no campeonato. Disseram que Cuca era um técnico medroso, mas medroso ficam os treinadores que jogam contra o time do Cuca. Disseram que a torcida não era a mesma, estamos invictos em casa há mais de um ano.

Deixem falar que não estamos na briga pelo campeonato, deixem dizer que não podemos acreditar, deixem falar o que quiserem, só não deixem de ter fé. Uma vez mais, vamos fazer o "impossível" se tornar realidade. Quando Fluminense, CBF, imprensa não acreditarem mais, nós mostraremos a eles mais uma vez.

Para finalizar, digo a vocês para sonharem, porque o sonho é o que alimenta o sentimento que a conquista nos trás e acreditem, pois acreditar é poder sonhar quando ninguém mais lembra que estamos de pé. Leonardo Silva mostrou aos 47 minutos que estamos mais que de pé. ACREDITEM!

ABRAÇÃO MASSA!
Matheus Canazart

****



Massa, começou o segundo turno do TopBlog, os votos foram zerados, quem votou na primeira fase pode votar de novo, quem ainda não votou, clique na imagem acima e ajude-nos.

2 comentários: