Precisamos de um Dadá

 "Na minha época, a dúvida quando o Atlético entrava em campo não era se venceríamos ou seríamos derrotados, mas quantos gols Dadá faria". É exatamente disso que o Galo precisa; não só de um goleador nato, que estufe as redes adversárias a todo momento, mas sim de um ídolo, de um grande jogador, que chame a responsabilidade para si e honre o manto Alvinegro, partida após partida, talvez sendo ofuscado, mas nunca deixando de lutar, de ter raça.

Já se tornou rotineiro, criar expectativa durante todo um dia, muitas vezes durante a semana, para uma partida do nosso time. Eis que a hora chega, a bola rola e vem uma enorme decepção. Atuações medíocres, jogos sonolentos que não nos trazem alegrias, porém raiva. Com raras exceções, tais melancólicas apresentações vêm se tornando rotina. Até quando nós teremos que aguentar tal desrespeito? Seria o Atlético um clube predestinado ao abismo?

Não acredito em destino. Prefiro crer que a situação, crítica por sinal, chegou ao ponto que está por incompetência de nossos dirigentes. Contratam aos montes, trazem problemas e jogadores sem condição de jogo. Quando monta-se um time competitivo, que não dá certo, preferem desmanchá-lo, a corrigir os erros. Há algum tempo, falta um diferencial: falta aquele jogador que possa decidir, que levante a torcida com seus toques. Falta um ídolo.

Sempre falta um toque final. A jogada é bem trabalhada, a situação é criada, mas o último passe é falho. Quando uma confusão é criada, falta alguém para dar o grito e dizer: "Aqui não, aqui é Galo". Falta alguém que chame a responsabilidade, que bata no peito e defenda nossas cores. Quem diria que não teríamos este jogador. No passado, na mão de tantos ídolos, nos falta hoje alguém que faça tal função. Precisamos de uma referência, rápido.

Dadá, Reinaldo, Éder, Marques, entre tantos outros nomes. Devem ser triste, para eles, ver que hoje, suas posições mal são honradas. Lastimável, também, é ver que depois de tanto esforço, para o erguimento do Atlético, hoje, jogadores mal querem saber de entrar em campo. Só querem nosso dinheiro. Pouco importa o que sentem os torcedores na arquibancada, pouco importa a imensa tristeza que se propaga a cada derrota do nosso Alvinegro.

Identificação; talvez seja essa a melhor palavra que defina o que hoje é necessário no Galo. Evidente que só ela não basta. Qualidade também é de suma importância. Mas se ela, alguns jogadores têm, o que falta? Raça, vontade. Quem seria esse jogador? Talvez aquele que vem ocupando o topo das especulações? Talvez. Talvez algum outro, do exterior ou mesmo do Brasil? Talvez. E nesse clima os anos passam, a massa sofre e o time não rende.

É preciso que o presidente tome a iniciativa, arranje parceiros e, principalmente, contrate este ídolo. Estamos carentes de títulos. Não vemos um jogador que, dentro de campo, nos represente. Estamos desconfiados. Não acreditamos na capacidade deles. Alguém tem que mudar esta situação. Será que ninguém poderá nos representar de maneira louvável? Até quando teremos que sofrer com campanhas que não condizem com nossa história?

Eu quero o Galo de volta...

Pedro Henrique Uchôa


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