A torcida atleticana sempre fora
conhecida pelo amor, apoio incondicional e por valorizar a raça dos jogadores
mais que qualquer outra coisa. O respaldo sempre fora diretamente proporcional
á vontade e à gana dos jogadores. Quanto maior a dignidade demonstrada em campo,
maior o suporte vindo das arquibancadas.
A raça dos soldados trajados de
preto e de branco muitas vezes superava a melhor técnica adversária. Nos
últimos anos, as coisas estão diferentes. Tal metamorfose tem início na Sede do
clube, mais precisamente na sala do Presidente. Contratações mal explicadas e
por valores exorbitantes, gosto estranho por atletas com passagem no time azul.
Jogadores que nem de longe têm a raça atleticana em seus sangues. Jogadores
mais preocupados com a conta bancária que em jogar futebol e honrar a camisa
que um dia gênios, algumas vezes pela técnica outras pela raça, usaram. A
mudança na sala do presidente reflete na mudança de quem vive nas
arquibancadas.
Ter raiva por quê? Vivo a 16 anos
essa mesma cena de falta de respeito vindo dos gramados. Jogadores que xingam,
pedem silêncio e na pior das hipóteses mostram as partes para os torcedores. Em
outros anos estaria eu comemorando o gol do jogador mais caro da história do
futebol mineiro e gritando o nome de cada um dos que em campo venceram o Tupi
por 1x0 e estavam na final do Campeonato Mineiro. Em outros anos eu xingaria os
jogadores adversários e não o “craque” do time, por ter feito um gol, pouco
importaria a comemoração.
As coisas no Atlético estão
deveras em metamorfose. O ideal de vingança e de honra, descritos no hino já
não existem. Assim como inexiste o concepção da arquibancada de apoiar sempre,
independente da situação. A segunda concepção não tem como prevalecer sobre a
falta da primeira.
O grito “Eu quero é raça, do time
todo” não tem mais razão de ser cantado antes dos jogos. Primeiro porque tal
raça não passa de uma antiga lembrança. Segundo porque o time já não existe, a
camisa atleticana está sendo usada por peladeiros que ganham centenas de milhares
para não jogarem e ainda assim mandarem os torcedores calarem a boca. O Clube
Atlético Mineiro não entra mais em campo, ele fica nas arquibancadas, nos
corações e nas gargantas de cada um dos torcedores que gritam com jogadores de
forma a tentar expulsar os parasitas que tentam nos tomar o Atlético. Parasitas
que zombam do próprio Atlético e recebem para isso.
A explicação para a mudança nas
arquibancadas é simples. Nós torcedores estamos tentando expulsar os
exploradores de dentro de campo para recolocar o verdadeiro Clube Atlético
Mineiro, que hoje só existe nos torcedores, de volta aos gramados.
A cobrança já não é contra o
próprio patrimônio. O único patrimônio que nos resta é a arquibancada.
Precisamos expulsar os parasitas, o triste passado recente tende a permanecer
como presente. Para evitar que o futuro ainda seja assim precisamos juntos
mudar o que acontece nas arquibancadas e em consequência retomaremos o padrão
antigo de apoio em troca de raça.
O que aconteceu diante do Tupi
foi o início de uma revolução. É provável que André, Richarlyson e seus amigos
ainda permaneçam como titulares da equipe na reta final do Campeonato Mineiro e
possivelmente para o restante do ano. Devemos mostrar a eles que não existirá
apoio, enquanto não permitirem que o verdadeiro Atlético entre em campo. Os
jogadores não devem ter seus nomes gritados enquanto não fizerem por onde.
O que imploro não é muito, só
quero raça, a volta do adormecido Clube Atlético Mineiro. Prometo que serei o
primeiro a aplaudir cada um dos que vestirem essa camisa com honra e gana.
ABRAÇÃO MASSA!
Matheus Canazart
Imagem: Moacir Gaspar | Blog Somos Galoucura
excelente como sempre Mateus...a atitude do André ontem foi a gota d'agua...magoa vários corações que amam demaais essa instituição..o jogadores são funcionários...JAMAIS serão maiores que o clube...
ResponderExcluirTexto muito bom. O André vacilou com a massa e vai pagar caro por isso.
ResponderExcluirMatheus o seu brilhantismo nesse texto me fez sentir em cada uma das suas afirmações, FANTÁSTICO, mto bem escrito, cheio de alma, cheio de verdade!
ResponderExcluirPrimeiro, não consigo vir aqui sem elogiar o visual.
ResponderExcluir.
"O único patrimônio que nos resta é a arquibancada."
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Sinceramente, acho que é o que ainda me liga tão forte ao Galo. Foi foda um dia acordar e ver que não existia mais o brilho que eu via nas chuteiras.