Última etapa de um ano que já se esperava o pior. O Atlético já tinha o descrédito de parte da torcida, lembrando-se que o outro turno já se havia iniciado assim. Os 15 pontos até então conquistados no Brasileiro foram com quatro vitórias, duas delas em cima de Atlético-PR e Avaí. Não foi diferente no segundo turno. O Atlético-PR perdeu para o Galo, no mês de Agosto e o Avaí foi a primeira vítima de Setembro. Caio veio ao Atlético, não fez nada e foi embora no mês. Didira chegava, se tornando mais uma incógnita no time e Carlos César, do Boa, para solucionar o problema da lateral direita. Depois disso, enfrentamos São Paulo, Bahia, Atlético-GO, Flamengo e Internacional. Vitória contra o tricolor baiano, empate contra os cariocas e derrota contra os dois outros times.
Cessaram as contratações do ano. Agora era tudo ou nada. De cara, já enfrentávamos dois adversários que na teoria seriam fáceis de ganhar: Ceará e América, ambos os jogos na Arena do Jacaré. O que parecia fácil se tornou impossível. Empate contra os dois times, sendo que contra o Ceará estávamos com dois jogadores a mais. Qualquer esperança de se livrar de um rebaixamento deixava de existir nesse momento. O próximo adversário do Galo era o Santos. O objetivo de conquistar 9 pontos seguidos se fora, mas os jogadores estavam focados. Era hora de separar os meninos dos homens e assim foi feito. Vitória alvinegra, Neymar nervoso e, como todo bom atleticano, dose nova de esperança. Era vez de uma sequência fora de casa, até já desacreditada. Pegaríamos o Vasco, líder do Brasileiro e Fluminense, que vinha em uma grande ascenção. O primeiro de fato perdemos, mas fizemos uma surpresa ao tricolor das laranjeiras. Ganhamos o jogo e o time, a torcida. Lotamos a Arena contra o Palmeiras, a fim de mostrar nosso apoio e mais uma vítima foi feita. A reação não poderia parar.
Faltavam mais seis rodadas para o fim. O Atlético fez um pacto entre seus jogadores e a torcida fez com o time. O apoio não teria pausas, muito menos baixa intensidade. O Galo devia mostrar o que é: forte e vingador. Foram cinco jogos no mês de novembro. Duas derrotas, ambas fora de casa, contra Figueirense e Corinthians. Com apoio da Massa, três vitórias: Grêmio, Coritiba e Botafogo viraram nossas vítimas. O último levou para casa o fim de um tabu e um 4 a 0 para livrar a alma. Estavamos livres do rebaixamento e teríamos a chance de rebaixar nosso rival no próximo mês. Mas não foi bem assim que aconteceu...
Dezembro: o mês que poderia se transformar na morte de alguns smurfs e a consagração de alvinegros. Dia 04/12 ficará para sempre na memória dos atleticanos, mas não por termos rebaixarmos o rival, mesmo porque isso não aconteceu. Ficará para a memória por ser um dia em que homens se mostraram covardes diante da torcida que sempre os apoiou. Pisaram na alma do atleticano, como o próprio presidente disse. Os jogadores entraram em ritmo de férias e um 6 x 1 apagou qualquer reação no campeonato para os alvinegros. Lá se foi a dignidadade dos torcedores, retomada em partes por "pequenos" guerreiros. Os garotos do time do Atlético na Future Champions retomaram o espírito raçudo do Galo Forte Vingador e ganharam o jogo contra o Cruzeiro nos pênaltis, depois de empatarem no tempo normal no último segundo de partida. O ano era menos vergonhoso graças aos meninos que tinham o espírito do Galo na alma.
Um ano para se aprender. Mais um ano, na verdade, na era Kalil. Torcemos que dessa vez o time não seja desmontado, que uma base seja mantida e, no mínimo, reforcem onde é necessário. A torcida cansou de sofrer as custas de jogadores que não sabem o verdadeiro valor que o Atlético tem. Ao menos, respeitem a história e quem faz de tudo para mantê-la. Sejam homens de hombridade. Façam alegrias no novo ano que chega. A Massa levará o Atlético nas costas se necessário, mas esperamos que o time retribua o apoio que sempre foi e será dado.
Saudações Alvinegras!
Feliz Natal e um ótimo ano novo!
Rafael Orsini
Imagens: Bruno Cantini | Site do Galo
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