quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Voa, bola!

A bola voa, voa sem direção. Enquanto sua trajetória não chega ao fim, um filme passa pela cabeça de cada um. O que aconteceu? Por que aos 47? Será que vai entrar? Quantos pênaltis Victor já defendeu na carreira? Quantos o adversário já errou? Não é possível! O Atlético não merece isso! Que máscaras são essas jogadas ao chão? Tanto nos gabamos por ter a morte ao nosso lado e agora estamos com a foice no pescoço? Por que contra o Galo?

A bola voa, voa e encontra os pés do ex-goleiro, agora santo, Victor. As perguntas ganham respostas. A história centenária ganha novas páginas de destaque. Victor ganha auréola e o Atlético ganha a vaga na semifinal. A América começa a ser pintada de preto e de branco.

A bola voa e afunda as redes. Scocco, Scocco, por que tanta precisão em uma cobrança de falta? Será que dá para reverter? Não podemos tomar gols e temos que fazer 2. Aquela bola era pra ter chutado, Bernard. Não é possível que tudo será jogado no lixo. Por que contra o Atlético? Ê Galo!

A bola voa. Esse apagão nos deu luz! EU ACREDITO! Tem que ser agora! Vai, Galo! Bernard já fez a parte dele. Chegamos longe demais, para acabar agora! Vai, GALO! Vai! Vai! Vai!

E foi... foi a vez do vilão virar herói. Vem aqui, Guilherme, sua estátua já está pronta. Obrigado, Kalil! Foram os 6 milhões de euros mais bem gastos da história. Vamos para os pênaltis! Mais uma vez, será no sofrimento. Agora seremos 8 milhões de goleiros a frente dos cobradores do Newell's.

A bola voa... voa dos pés de Ronaldinho. É Ronaldo, você é o maior dos maiores! O Estádio Ronaldo de Assis Moreira ainda será construído. Voa bola, voa para o fundo das redes, porque a próxima o Victor vai pegar. Eu conheço o Victor, ele vai defender!

A bola voa e... adeus Newell's, a final é alvinegra. A final é nossa! É do Galo!

Mais uma vez, a bola voa. “Sai daí, Alecsandro, você vai atrapalhar o Victor!” Pittoni, por que tanta precisão? E lá vamos nós reverter um 2x0 outra vez. Como nunca, EU ACREDITO! Acredito no Santo, no Michel, nas Torres Gêmeas, no Júnior, no Pit-Bull. Acredito no Josué, no MITO, no garoto das pernas alegres, na Metralhadora do Diego, no artilheiro da Libertadores! Eu acredito, mais do que nunca, no azarado e no novo, porém velho, Mineirão! EU ACREDITO no Atlético! Vamu, Galo! É a nossa vez.

A bola voa, voa por uma eternidade. Um filme passa pela cabeça dos atleticanos enquanto a redonda realiza sua jornada. 105 anos de alegrias e tristezas, mas principalmente de amor à camisa alvinegra. Vai, Galo! Vai Leonardo, coloque seu nome ao lado de Simon Bolívar e Jô, liberte a América. Parodie Monroe, faça a América para os Atleticanos. Pronto! Explode Mineirão, faça o mundo lhe ouvir. EU ACREDITO! Metade do caminho foi feita, agora é com o Santo.

A bola voa... por um segundo o tempo para. Que recuperação digna de Atlético. Superamos os dias ruins de anos atrás, chegamos ao topo. Claro que queremos a taça, mas a maior conquista foi ver o Atlético voltar a ser o Galo Forte Vingador. Um filme passa na cabeça de cada um dos 8 milhões de Atleticanos. 1977, 80, 81, 95, 99, 2001, 2005... décadas se tornam milésimos de segundos aos nossos olhos. Voe bola! Voe para longe! E voou, voou até encontrar a trave direita de Victor! A América é do Galo! A América é NOSSA!

Pela última vez no ano, desta vez em Marrakech e pela disputa pelo Mundo, Ronaldinho chuta e a bola voa...

VOA, MASSA!

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