quinta-feira, 7 de maio de 2015

Bendito seja

Maldito seja aquele que pensou que seria fácil. 

Malditas sejam as traves que tiraram dois gols. 

Maldito seja o goleiro, que retirou as chances e dificultou o trabalho alvinegro.

Maldito seja o vento, que gosta de testar nossa camisa pendurada no varal durante a tempestade. 

Bendito seja o Galo, aquele herói que no último minuto sabe criar a esperança no rosto de quem o segue. 

Bendita seja a fé, que não nos deixa duvidar. 

Bendito seja o nosso histórico, capaz de reverter a maior das adversidades. 

Bendita seja a nossa força, nossa garganta, nossos jogadores, nossa raça. 

Bendito seja o impossível, o fiel escudeiro do Galo que transforma o inesperado em realidade. 

Bendito seja o mantra de acreditar, um verbo alvinegro e transformador. 

Abençoado seja o Clube Atlético Mineiro.

Rafael Orsini

segunda-feira, 4 de maio de 2015

De outro mundo

(foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético)

Nas buscas por vida extraterrestre, não se assustem se encontrarem seres com camisas alvinegras chutando uma bola.

Porque o Galo tem uma coisa que não é da Terra. É (do) além, é flertar com o que ninguém vê, é se filiar ao sofrimento, é não se contentar em ganhar um jogo de uma forma mais tranquila. No mundo de onde veio a camisa preto e branca, é tido como regra o sofrimento durante as partidas - sem ele, não há conquista.

No mundo originário da camisa alvinegra, o impossível não se encontra no dicionário. O impossível é que esta camisa não faça milagres, como uma espécie de roupa protetora para se jogar o futebol extreterrestre. Os nossos co-irmãos universais a colocam e lá está o ruim sendo o destaque, o duvidoso sendo a certeza, o goleiro sendo santo, o burro sendo sortudo, o desacreditado no herói.

Onde os ETs se encontram, 43 estrelas brilharam mais fortes e, no outro mundo, uma camisa preto e branca foi posta em campo para comemorar a conquista das Gerais.
Onde os humanos se encontram, milhões de torcedores agradeceram aos céus.

Mal os outros sabem... Ser Galo é de outro mundo!

É CAMPEÃO!
Rafael Orsini

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Volte

(desenho por Samuca Martins)

Massa, sente aqui. Precisamos conversar.

O que tem acontecido com você? Cadê aquela romântica barata que se entregava a força da paixão sem maiores resistências de tempos atrás? Onde se encontra aquele "fogo que arde sem se ver", que gritava ao mundo a força desse amor? 

Você não é assim. Você sabe disso mais do que eu mesmo. Você não é sócio, você é a Massa. Por que insiste em trocar tanto sua alcunha única em algo comercial, comprável em qualquer esquina de um shopping? Paixão não se compra, paixão não se pede - paixão nasce, se conserva e se cultiva. 

Nós sabemos que o tempo afastado nos faz mal, distancia e nos deixa desmotivados. Olhe minha cara, venha cá, não fique assim. Saia desse esconderijo que você tem ficado. Desendureça seu coração alvinegro, eu sei que ele está gritando como antes de saudade. Eu também estou com saudade de você.

Confesso-te que eu não sei ser o mesmo sem sua presença. Esqueça esses cifrões que tentam te impor e resgate-se. Dinheiro nenhum no mundo saberá ser igual você.

Volte. A cadeira continua sendo sua e o espaço será sempre - e unicamente - seu. Sinto sua falta. 

Um abraço do seu eterno companheiro,
Clube Atlético Mineiro, o seu Galo.

Rafael Orsini

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Paraíso Atleticano

Quando tudo parece perdido, aparece uma luz no fim do túnel. A luz se esconde, se reserva, se guarda para um final grandioso. Grandioso até para a própria luz.

Luzes, das mais fortes às mais fracas, tem a mania torturante de maltratar aqueles que as esperam e que confiam em seu brilho. Luzes no fim do túnel tem, ainda, a mania de ameaçar se apagar quando a esperança é posta a prova.

Quando as luzes são alvinegras, elas brincam. Piscam, se torcem para sobreviver, respiram no seu limite até o último minuto. As luzes alvinegras são como iluminações de uma igreja. O teste de fé se guarda para o fim, aquele grandioso que ilumina todo o túnel e se mostra um verdadeiro paraíso para o Atleticano. 

As luzes se multiplicam, se fortalecem com os gritos, com as vitórias, com a força que tem seu povo de acreditar em seu brilho. As luzes alvinegras, então, nunca se apagam. Estas apenas esperam o verdadeiro fiel o levantar para iluminar o seu paraíso.

Abençoada seja a luz desse time. Abençoado seja o Clube Atlético Mineiro.

Rafael Orsini

Você acreditou

(foto por Daniel Teobaldo / Soul Galo)

Você acreditou! Quando Patrício Polic apontou a marca da cal aos 47 minutos do segundo tempo, você levantou sua perna esquerda e, mesmo sem voz, gritou: VIIIIICTOR! VIIIIICTOR! SÃO VICTOR!

Você chutou! Quando Bernard recebeu a bola, você foi mais rápido que o goleiro e fez o gol. Quando Cuca tirou Tardelli e colocou Guilherme, você dominou a bola com frieza e decretou: ESTAREMOS NA FINAL.

Você cabeceou! Quando Leonardo Silva caiu na área, você o levantou e deu impulsão ao zagueiro. Lá de cima, no décimo terceiro andar do paraíso atleticano, você cantou: É CAMPEÃO!

Você superou! Quando Edcarlos subiu a área, você subiu junto. Do jeito que a bola veio, não importou como, você ordenou: AQUI NÃO, CORINTHIANS! AQUI É GALO!

Você vingou! Quando o rubronegro viu a camisa preto e branca pendurada no varal, não teve tempestade ou juiz que te impedisse de dizer: NÃO DUVIDE DO GALO!

Você acredita em sua raça. Você chuta suas mazelas. Você cabeceia as adversidades. Você supera os rivais. Você vinga as injustiças. Você é o Galo. Até o juiz apitar, até a perna faltar, até a garganta sangrar, seremos eternamente capazes de ACREDITAR.

#vamuGALO!
Rafael Orsini