Uma campanha que, mesmo que ainda esteja sendo terminada, foi brilhante. Uma reestruturação que ocorreu às pressas mas que teve êxito. Um mundo que se rendeu ao Atlético e aos seus jogadores no Campeonato Brasileiro de 2012. Todos queriam ver o Galo jogar, o Galo que deu show e tanto encantou. Por que não devemos comemorar? É tão difícil assim pensar que não perdemos o título, mas ficamos mais próximos dele?
Em 2012 eu vi uma mudança rápida que surtiu efeito. Eu vi sair um jogador que não se importava com a torcida e mostrava o médio para ela, dar lugar a um Pierre que em poucos meses encarnou o real significado do Atlético, a garra e a raça. Um Pierre que contaminava a torcida com suas comemorações em divididas ganhas, que lutava até o fim por cada bola. Vi também um Junior Cesar que compartilhou da mesma raça e vibrou, gritou e chorou ao longo da competição. Junto deles estava Leonardo Silva, que mesmo ao lado do muito bem qualificado Réver, conseguiu se destacar, desarmando bem e se aventurando no ataque. Ao lado deles, Marcos Rocha parecia muito mais um ponta, visto que apoiava o ataque de forma brilhante. Ele perdeu quando Danilinho, que o cobria bem, desviou-se.
Mas esse Atlético, que voou no primeiro turno e não tomou conhecimento de seus adversários, além da defesa forte, tinha mais uma qualidade: o seu poderio ofensivo. Estava lá o verdadeiro encanto do Atlético. Para a nossa surpresa, em uma segunda feira até então comum, Ronaldinho Gaúcho aparecera na Cidade do Galo. E de lá para cá, ele, com seus dribles desconsertantes, arrancadas velozes, faltas precisas e nome impetuoso, virou os holofotes para Belo Horizonte e caminhou com o Atlético até o topo, onde ele ficou por muitas rodadas, resistindo bravamente.
Ronaldinho, que por si só já tornava o ataque poderoso, tinha auxílio da revelação do campeonato, Bernard, que não à toa despertou tanto interesse dos gigantes europeus. Com seu fôlego inacabável, antes mesmo que o marcador pensasse, ele já estava batido. Uma caneta aqui, uma meia-lua ali, um chapéu acolá. Assim ele destruía defesas, incendiava partidas e enlouquecia a Massa. Invertido, esporadicamente, com Danilo, que também criava boas oportunidades, eles serviam Jô, que mesmo que desperdiçasse-as em tantas ocasiões, acabava por fazer a alegria do torcedor em cada partida que era disputada. Aos poucos, mostrávamos porque fomos o melhor time do ano.
Seria injusto se me esquecesse dos suplentes, afinal, eles também definiram partidas. Escudero, embora parecesse descompromissado, entrava e conseguia mudar o panorama das partidas. Neto Berola, o jogador dos extremos, quando inspirado, também contribuíra para as vitórias. Rafael Marques revezava com a dupla titular sem deixar a desejar. Leonardo salvou-nos da derrota, Richarlyson supriu a ausência de Junior Cesar quando foi preciso.
Foi esse Galo, líder arrasador do primeiro turno, que encheu meus olhos quando virou partidas que só mesmo o Atleticano ainda acreditava que fossem possíveis. Em Florianópolis, em Recife, o Atlético conseguia feitos grandiosos. Em partidas difíceis, decididas em detalhes, como Grêmio, Corinthians e Botafogo, nós também nos encantávamos. Nas mais fáceis, relembramos os bons tempos do Galo - que com alegria digo que estão voltando - em atuações de gala, contra Náutico, Sport, Figueirense e Santos. Contra o "campeão", mostramos porque o Atlético é o melhor time de 2012 e porque todos temem jogar em Belo Horizonte. Se não fomos os campeões matemáticos, fomos os campeões morais, fomos o time que mereceu vencer e só não venceu por "erros" arbitrários.
Por causa destes "erros", o Galo perdeu sua força e com um impedimento, um pênalti não marcado, um cartão que não foi dado (tudo repetido inúmeras vezes), o título ficou distante. Chegaram a tirar nossos jogadores mesmo depois das partidas, de forma escandalosa, nos tribunais. É claro que o time também perdeu sua força e tropeçou em momentos cruciais, mas, não fossem estes "erros", hoje, estaríamos com uma mão no caneco.
Agora eu te pergunto, se mesmo nos momentos mais difíceis, quando ninguém mais acreditava no Atlético e ele teve de ser carregado pela Massa, nós acreditamos, por que não devemos acreditar hoje? Por que não devemos crer que 2012 foi mais um passo para que voltemos a ser campeões? Afinal, não é da noite para o dia que um clube se reergue e conquista um título. Por que não cantamos e empurramos o Galo em cada jogo? Por que não?
Eu quero o Galo de volta...
Pedro Henrique Uchôa
Edição sobre imagem de Bruno Cantini | Site Oficial do Galo
Exatamente isso! Galo voltando pro lugar de onde nunca devia ter saído. #VamoGalo
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